sexta-feira, 23 de março de 2012

DESVIO DE CONDUTA




Hoje fui chamada na escola.
A orientadora me disse, depois de uma longa conversa e meio sem jeito: acho q o filho de vcs tem um desvio de conduta, levem-no urgentemente num psicólogo comportamental.
Foi duro ganhar mais esse peso nos ombros.
Marquei pra terça que vem.
O meu filho vai ser um homem de bem!!! Eu vou concentrar todas as minhas forças nesse caminho. 
O principal problema é que ele gosta de dar tapinhas quando é contrariado e insiste nisso mesmo depois de todos reclamarem.
Eu já o venho alertando contra isso, mas como ele me ouve pouco, agora chegou na escola.
Fiz muitas coisas pra que ele não chegasse aqui, mas não foram suficientes: é coroinha da Igreja há 02 anos, sabe que é amado pelos pais, pois sempre lhe dizemos, levamos pra passear, estuda em boa escola, vamos à Missa todo domingo, temos amigos, sempre converso quando vejo que algo não vai bem e lhe dou espaço pra falar, anda arrumadinho, gomadinho, cheirosinho, faz as refeições na hora, tem hora pra dormir, levantar,...essas coisas que fazemos pros filhos crescerem bem.

Desvio de conduta (psicologia)
Transtorno de conduta é um problema de saúde pública sério, pois eles não apenas infligem danos físicos e psicológicos graves em outros, como também estão em risco muito maior para o encarceramento, lesão, depressão, ...

Segundo CID 10 Rev, corresponde a transtornos caracterizados por padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva ou desafiante. Tal comportamento deve comportar grandes violações das expectativas sociais próprias à idade da criança; deve haver mais do que as travessuras infantis ou a rebeldia do adolescente e se trata de um padrão duradouro de comportamento (seis meses ou mais). Quando as características de um transtorno de conduta são sintomáticos de uma outra afecção psiquiátrica, é este último diagnóstico o que deve ser codificado.[1]
O diagnóstico se baseia na presença de condutas do seguinte tipo: manifestações excessivas de agressividade e de tirania; crueldade com relação a outras pessoas ou a animais; destruição dos bens de outrem; condutas incendiárias; roubos; mentiras repetidas; cabular aulas e fugir de casa; crises de birra e de desobediência anormalmente freqüentes e graves. A presença de manifestações nítidas de um dos grupos de conduta precedentes é suficiente para o diagnóstico mas atos dissociais isolados não o são. Devendo-se diferenciar da Esquizofrenia e Transtornos globais do desenvolvimento (o autismo e suas variantes) dos Transtornos humor (afetivos) e ainda diferenciado desses processos quando associados a condições ou traumas emocionais e hiperatividade e Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Do ponto de vista sócio-antropolológico deve-se observar que assim como existe a cultura do brincar, a tradição das brincadeiras infantis (Brincadeiras folclóricas) existe também a determinação cultural do desvio de conduta ou comportamento divergente de acordo com Becker[2] o outsider é aquele que desvia das regras de grupo. Segundo esse autor, o que os leigos querem saber sobre desviantes (outsiders) é: por que fazem isso? Como podemos explicar sua transgressão das regras? que há neles que os leva a fer coisas proibidas? A pesquisa científica tentou encontrar respostas para essas perguntas. Ao fazê-lo aceitou a premissa de senso comum segundo a qual há algo inerentemente desviante (qualitativamente distinto) em atos que infringem (ou parecem infringir) regras sociais. Aceitou também o presuposto de senso comum de que o ato desviante ocorre porque alguma característica da pessoa que o comete torna necessário ou inevitável que ela o cometa. Em geral os cientistas não questionam o rótulo "desviante" quando é aplicado a atos ou pessoas particulares, dando por certo. Quando o fazem, aceitam os valores do grupo que está formulando o julgamento.

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